Gustavo Brigatti
Muito comentada e reverenciada, mas pouco documentada. É assim a situação da cena musical do Rio Grande do Sul dos anos 1980, de onde emergiram bandas (e locais) responsáveis por colocar o Estado no mapa da música pop brasileira. Com previsão de lançamento para a próxima semana, o livro Fragmentos de Memória do Rock Gaúcho pretende contribuir para aumentar a biblioteca (e a videoteca, e a discoteca) do tema.
O projeto nasceu na gravadora experimental Sigmund Records, capitaneado pelo professor Charles Di Pinto e por alunos do curso de Produção Fonográfica da Unisinos. Focado na prolífica cena roqueira oitentista, virou livro, documentário e disco. O livro, organizado por Di Pinto e pelo também professor da Unisinos Gustavo Borba, é o primeiro a sair.
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Dividido em três partes, a obra traz desde uma visão acadêmica do professor Fabrício da Silveira sobre a cena de Santa Maria até a mirada de fã do comunicador Porã, da Rádio Atlântida, passando pelos relatos de quem viveu a época, como os músicos Thedy Corrêa e Jimi Joe e o radialista Mauro Borba.
- Nossa intenção foi atingir dois públicos - explica Gustavo Borba. - O pessoal que viveu aquela época e vai poder se enxergar nas páginas e, também, as novas gerações que curtem rock, ouvem as bandas dos anos 1980 e querem saber mais sobre o universo em que elas surgiram.
Além do livro, com lançamento no próximo sábado (dia 13), na Livraria Cultura, em Porto Alegre, o projeto se estende por mais dois produtos: um documentário, focado nas pessoas e nos lugares marcantes para o cenário oitentista, e um álbum, composto por nove canções inéditas de artistas conectados ao período, como King Jim, Julio Reny, Tchê Gomes, Thedy Corrêa e Wander Wildner. Uma versão limitada em vinil está sendo prensada neste final de ano nos EUA e deve chegar ao mercado brasileiro em meados do ano que vem.
Segundo Borba, há interesse em avançar com o projeto para outras cenas e gêneros musicais.
- Depende basicamente do interesse do mercado e dos alunos no tema. Mas a ideia é trazer cada vez mais elementos para entendermos a complexidade e a riqueza da música no nosso Estado.
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