
Apesar do anúncio da suspensão nas buscas ao veleiro argentino Tunante II, desaparecido desde 26 de agosto, os familiares não perderam as esperanças de que os quatro tripulantes sejam encontrados com vida. A decisão de paralisar a operação de procura pelo barco foi tomada no domingo, pelo Comando do 5º Distrito Naval. A embarcação ficou à deriva a aproximadamente 130 milhas de Rio Grande, no sul do Estado. A operação ficará interrompida até surgirem novos indícios de localização.
A produtora audiovisual Luana Morales, 30 anos, filha do tripulante Horácio Roberto Morales, afirma que a família já pediu o auxílio do Consulado Argentino em Porto Alegre para intermediar a retomada das buscas junto à Marinha do Brasil. Luana alega que existem indícios ainda não checados que justificariam a procura pelo veleiro:
- Entregamos à Marinha no dia 11 uma imagem de satélite de uma embarcação com características muito semelhantes às do Tunante II. Eles alegam que é de uma área que já foi vistoriada, mas um navio à deriva não permanece no mesmo lugar. Com as buscas paradas perdemos tempo - afirma.
Luana também ressalta uma última atividade nos telefones de satélite que estavam a bordo do veleiro, identificada pela empresa responsável pelo equipamento no dia 28 de agosto, às 23h54min (horário de Brasília).
- Como o sinal era muito frágil, não foi possível uma localização por GPS. Mas isso foi dois dias depois da última visualização do barco e passado o pior momento da tormenta. Como esses telefones não funcionam no fundo do mar, significaria que não houve naufrágio - explica Luana.
Os familiares pedem que o caso seja declarado como internacional. A medida permitiria que outros países, além da Argentina, se somassem às buscas.
- A esperança segue a mesma. Vamos continuar tentando até o fim - desabafa Luana.
Rebocador Tritão fez buscas ao veleiro | Foto: Marinha do Brasil/Divulgação
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O veleiro de 12,5 metros ia de Buenos Aires (Argentina) ao Rio de Janeiro quando seus tripulantes, já à deriva, fizeram o primeiro contato com o Serviço de Busca e Salvamento. A Marinha acionou o rebocador de alto-mar Tritão, como também foi pedida ajuda ao navio mercante de bandeira norueguesa Selje.
Às 23h50min de 26 de agosto, o Selje localizou a embarcação, mas não conseguiu resgatar os ocupantes devido às más condições do tempo. No dia seguinte, o Tunante II foi avistado pela última vez. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Armada da Argentina, trabalharam juntas nas buscas. Conforme a Marinha, diferentes navios e aeronaves mantiveram buscas diárias ininterruptas, mas nenhum vestígio do barco foi encontrado.
Números das buscas
- Seis navios
- Quatro aeronaves
- 530 pessoas envolvidas
- 557.200 quilômetros quadrados de área percorrida
- 170 horas de voo
Força Aérea Brasileira auxiliou a Marinha | Foto: FAB/Divulgação
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*Zero Hora