
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou na tarde desta quarta-feira que foi "sondado" por advogados das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato e descartou um acordo com as empresas sem que haja confissão de culpa pelos executivos envolvidos. Advogados das empresas de construção civil envolvidas procuraram, nesta terça-feira, o Ministério Público Federal para tentar firmar um "acordão".
- Eles (advogados) disseram que ficaria muito difícil para as pessoas físicas reconhecer culpa. A partir do momento que uma pessoa não quer reconhecer culpa em uma delação premiada não há possibilidade de acordo - disse Janot nesta quarta-feira, ao chegar para sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Apesar de dar o tom do que deve ser a postura do Ministério Público no caso, Janot orientou que os defensores das empreiteiras falem com os procuradores da República que integram a força-tarefa montada no Paraná para trabalhar com os fatos da Operação Lava-Jato.
Janot disse não ter entrado em detalhes do acordo pretendido pelos advogados.
- É muito difícil um acordo em que as pessoas físicas dessas empresas não assumam a culpa pelos atos ilícitos que estão sendo investigados. Mas essa é uma questão que toca aos meus colegas de primeiro grau - completou.
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Ele explicou que cuida dos casos apenas em que há investigados com prerrogativa de foro. Também disse que o conteúdo da delação de Alberto Youssef no âmbito da Operação Lava-Jato deve chegar às suas mãos ainda nesta semana.
Após a análise dos depoimentos, Janot vai começar a pedir a abertura de inquéritos contra autoridades citadas pelo doleiro e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
- Estamos aguardando o Youssef. Porque juntando os dois (Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef) temos uma visão de contexto, de conjunto, para definir a estratégia perante o Supremo Tribunal Federal - disse o procurador.
Nesta terça-feira, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou, durante sessão da CPI mista da estatal, que citou "algumas dezenas" de políticos na delação premiada.
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Janot será o responsável por pedir a abertura de ação penal contra os parlamentares e autoridades com foro privilegiado. Só estes casos ficarão no Supremo, para evitar um "maxiprocesso", conforme já anunciou o PGR.
Ele não soube precisar se conseguirá abrir os inquéritos ainda em 2014, mas garantiu que dará "prioridade a esse trabalho, com certeza".
