No dia em que um ex-governador foi preso – Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro –, e a mulher de outro, Rosinha Garotinho, proclamou "o fim da República", nem tudo foi susto. O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que já foi chamado de "prévia do PIB", até ofereceu um pequeno alento: por pouco, fechou setembro em território positivo, em ligeira alta de 0,15%. Mas é marasmo, diante das necessidades de reação.
O acumulado no trimestre, porém, foi negativo, 0,78%, o que reforça a sensação de que a retomada será mais lenta do que se esperava. O peso da incerteza política incomodou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que busca investidores em Nova York.
Leia mais
Perda de emergentes com Trump já alcança US$ 6 bilhões em sete dias
"Alta do protecionismo é ruim para todo o mundo", diz Welber Barral
Há quatro empresas com origem no RS entre as 10 multinacionais brasileiras mais internacionalizadas
Em conversa com repórteres, nesta quinta-feira, perguntou como pode convencê-los de que o Brasil é um porto seguro se, "só nas últimas 48 horas, dois ex-governadores de um Estado quebrado – e vitrine do país – foram presos sob suspeita de corrupção, uma manifestação violenta explodiu nas ruas do Rio e um grupo que pedia a volta dos militares invadiu a Câmara?".
Mesmo diante da turbulência, Meirelles acenou com a emissão de títulos para socorrer Estados quebrados como Rio e Rio Grande do Sul, que seriam oferecidos a investidores no Exterior. Embora seja necessária, é manobra de alto risco neste momento de incertezas diante das perspectivas de aumento de juro no Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Janet Yellen, agitou o mercado ao dizer o que todos já sabem: a taxa básica subirá por lá "relativamente em breve".
No calendário, 14 de dezembro.