
Um ataque israelense matou 20 palestinos refugiados na manhã desta quarta-feira em uma escola da Organzação das Nações Unidas (ONU) no norte da Faixa de Gaza. Os disparos de tanques atingiram duas salas de aula da UNRWA - agência da ONU para os refugiados palestinos, no campo de Jabaliya.
Muitos civis palestinos se refugiaram nas escolas da UNRWA, especialmente na localidade de Jabaliya, após a advertência do Exército hebreu sobre a possibilidade de bombardeios em massa contra seus bairros. No total, cerca de 180 mil habitantes do território palestino estão refugiados, em condições precárias, nas 83 escolas geridas pela agência. No dia 24 de julho, um disparo de artilharia atingiu outra escola da ONU na Faixa de Gaza, em Beit Hanun, matando cerca de 15 palestinos.
A UNRWA acusou o exército israelense de "grave violação do direito internacional", depois do ataque.
- Condeno da forma mais firme esta violação do direito internacional por parte das forças israelenses. Peço à comunidade internacional que inicie uma ação política decidida para por fim de imediato ao massacre em andamento - declarou no comunicado Pierre Krähenbühl, chefe de UNRWA.
O Exército israelense negou sua responsabilidade no incidente. Israel acusa o movimento islâmico Hamas de usar a população como escudo humano para proteger seus arsenais e centro operacionais instalados em igrejas, mesquitas e escolas da Faixa de Gaza.
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Escola da ONU ficou destruída após ataque israelense
Foto: Mahmud Hams/AFP

Entre os ataques, uma Mesquita foi bombardeada, em Gaza
Foto: Mahmud Hams/AFP
Com a ofensiva desta quarta-feira ao menos 67 palestinos morreram, até o meio-dia (horário local), em Gaza. O número total de vítimas desde o início da ofensiva, em 8 de julho, é de 1.296 palestinos mortos e 7.200 feridos. Em Tuffah, um subúrbio do nordeste da Faixa de Gaza, seis palestinos, entre eles três crianças, morreram em um ataque de tanques, segundo os serviços de emergência. Sete membros de uma mesma família também morreram por disparos de tanques israelenses contra a cidade de Khan Yunes, no sul de Gaza.
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- Sete membros da família Abu Amer morreram nos intensos disparos de tanques contra sua casa, no leste de Khan Yunes. Os cadáveres foram retirados dos escombros e levados ao hospital Nasser de Khan Yunes - declarou Ashraf al-Qudra, porta-voz dos serviços de emergência da Faixa de Gaza.
Pouco antes, no mesmo setor outras três pessoas morreram. Segundo a ONU, três quartos dos mortos palestinos nos 23 dias de conflito são civis. As forças israelenses, que nesta quarta-feira não teve vítimas, já registram desde o início da ofensiva a morte de 53 soldados e três civis, um deles tailandês.

Mesquitas ficaram destruídas em ataques israelenses
Foto: Mahmud Hams/AFP
Equipes de resgate trabalham em escombros após ataque israelense na cidade de Rafah
Foto: SAID KHATIB/AFP

Até o meio-dia desta quarta-feira, 67 palestinos morreram nos ataques
Foto: MOHAMMED ABED/AFP

