
Em votação na manhã desta quinta-feira, a maioria do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) absolveu o Corinthians no caso da inscrição do meio-campista Petros no Campeonato Brasileiro de 2014. Com isso, o clube paulista permanece com 66 pontos na terceira posição. Caso fosse condenado, poderia perder quatro pontos na tabela.
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A sessão no STJD começou com posicionamento do presidente da entidade, Caio César Vieira Rocha, sobre as denúncias de lobby de auditores para o direcionamento de julgamentos. Ele negou qualquer prática neste sentido. Na quarta-feira, o auditor gaúcho Décio Neuhaus afirmou que foi ameaçado via telefone e correio eletrônico por uma possível votação pela condenação do Corinthians.
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Após a leitura do relator Flávio Zveiter, o procurador Paulo Schmitt pediu a manutenção das multas de R$ 10 mil para a Federação Paulista de Futebol (FPF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Declarados como partes interessadas no processo, Inter e Grêmio estiveram presentes no STJD por meio dos advogados Rogério Pastl e Gabriel Vieira, respectivamente. Eles também se pronunciaram ao Pleno.
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- As pedras da Rua da Ajuda sabem que um contrato tem vigência quando é firmado. Não pode usar o vínculo antigo e fazer uma ponte para socorrer o Corinthians. Esse contrato era de gaveta, logo é nulo - disse Pastl.
Assim como o advogado colorado, Gabriel Vieira defendeu que o goleiro Cássio e o zagueiro Gil também estariam com os contratos irregulares. Por sua vez, o advogado do clube paulista, João Zanforlin, ironizou a união da Dupla no caso, citando que naquele momento ocorria um "milagre no futebol".
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Após a sustentação da defesa corintiana, que voltou a garantir a lisura do contrato, o primeiro auditor a votar foi o relator, Flávio Zveiter, que manteve a absolvição ao clube e isentou a FPF, pedindo multa apenas à CBF. Ronaldo Piacente e Gabriel Marciliano acompanharam o relator, o que deu maioria de votos pela absolvição do clube. Décio Neuhaus pediu a condenação.
Por maioria, o Corinthians foi absolvido no caso, assim como a Federação Paulista. A CBF acabou multada em R$ 10 mil.
O caso Petros
Petros estava emprestado ao Corinthians pelo Hortolândia, equipe do interior paulista. Quando contratado em definitivo, assinou o novo vínculo no dia 1° de agosto, sexta-feira. Pelas regras vigentes, o documento passaria a valer no dia seguinte.
Na visão da Procuradoria, o dia seguinte citado seria a segunda-feira, dia 4 - próximo dia útil. Como Petros entrou em campo no domingo, dia 3, no empate em 0 a 0 com o Coritiba, teria jogado de forma irregular. Contudo, o registro do jogador no Boletim Informativo Diário (BID) já foi publicado no dia 1°.
Assim, o Corinthians alegou que tinha dos dois requisitos básicos para colocar um jogador em campo: contrato vigente e liberação no BID. Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e futuro presidente da CBF, isentou o clube de culpa e afirmou que o problema tinha sido causado pela falha de uma funcionária da FPF no preenchimento de documentos.
A defesa do Corinthians argumenta que fez o registro devidamente e que, se houve falha, foi nos procedimentos das federações. No primeiro julgamento, o clube foi considerado inocente. Os punidos foram a FPF e a CBF, multados em R$ 10 mil.
À época, o clube paulista postou nas redes sociais mensagens de ironia à dupla Gre-Nal - e sobretudo ao Inter, fazendo referência a um DVD que o clube enviou à CBF com supostos erros de arbitragem que prejudicaram o clube.
*ZHESPORTES