
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que está arrependido de ter aceitado indicação política para ter assumido a diretoria de Abastecimento da estatal. Segundo ele, sem apoio político, nenhum funcionário chegaria a postos de comando na empresa.
- Infelizmente, me arrependo amargamente, aceitei indicação política para a diretoria de abastecimento. Estou arrependido de ter feito isso (...) Desde o governo Sarney até o governo Dilma todos os diretores tiveram apoio político para ocupar cargos. O que acontece na Petrobras acontece no Brasil inteiro. É só pesquisar - afirmou.
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Antes, ele havia dito que não vai responder aos questionamentos dos parlamentares da CPI Mista da Petrobras. Ele participa de uma acareação com outro ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró.
- Na primeira vez permaneci calado, porque estou em processo de delação. Nesta segunda vez, também não vou responder. Vou fazer alguns esclarecimentos na sequência, mas não vou responder a nenhuma pergunta, devido a esse processo pelo qual estou passando. Todas as dúvidas foram esclarecidas ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao juiz de Curitiba (Sergio Moro). Isso consta de todo o processo de delação, que foi bastante exaustivo e longo. Não tenho nada a acrescentar. Tudo que tenho a falar consta no processo nas mãos dessas pessoas - disse Costa.
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O ex-diretor da estatal disse ainda que fez a delação por amor e respeito à família.
Autor do requerimento que deu origem à acareação, o deputado Enio Bacci (PDT-RS) foi o primeiro a apresentar suas dúvidas. As primeiras perguntas foram relativas à compra da refinaria de Pasadena (EUA), negócio que deu prejuízo milionário à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
O deputado lembrou que Paulo Roberto Costa sempre afirmou que havia corrupção na empresa, e Cerveró negou. Todavia, destacou o parlamentar, ambos exerciam funções de direção bem próximas. Além disso, o deputado lembrou que Cerveró negou o recebimento de qualquer vantagem ilícita, mas Paulo Roberto disse à Polícia Federal e ao Ministério Público que Cerveró recebeu sim propina.
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A reunião é conduzida pelo vice-presidente da CPI, senador Gim (PTB-DF). Na abertura, o deputado Onyx Lorenzoni (PDT-RS) voltou a cobrar uma nova reunião administrativa ainda nesta semana para votação de mais requerimentos.
Acompanhe, ao vivo, a acareação na sala de comissões do Senado:
* Zero Hora, com agências