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As estradas João Salomoni e João Vedana, na zona sul de Porto Alegre, serão bloqueadas a partir das 8h desta terça-feira. O motivo é uma operação para a reintegração de posse do terreno invadido que abrigava a antiga fábrica da Avipal e foi ocupado por quase 2 mil pessoas, na Avenida Cavalhada.
Marcada para terça-feira passada, a reintegração de posse teve de ser adiada por falta de policiamento para apoio durante a ação.
Sete linhas de ônibus e duas de lotações sofrerão desvios no itinerário. No sentido bairro-Centro, a mudança começa a partir da João Salomoni, passando pela Vicente Monteggia, Otto Niemeyer e Avenida Cavalhada. Já no sentido contrário, o desvio se inicia pela Avenida Cavalhada e pelas vias Monte Cristo, Atilio Superti e João Solomoni.
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Para os condutores que quiserem evitar a região, as principais alternativas, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) são as avenidas Cavalhada e Vicente Monteggia. O tráfego será liberado no final da tarde.
Veja as linhas que serão alteradas:
Ônibus
266 - Vila Nova
281 - Campo Novo
281.2 - Campo Novo/Gedeon Leite
284 - Belém Velho/Rincao
286 - Belém Velho/Cristal
R1 - Rápida Jardim Vila Nova
R81 - Rápida Campo Novo
Lotações
20.2 - Otto/Teresópolis
20.4 - Jardim Vila Nova
Entenda o caso
Uma sequência de entraves burocráticos arrasta por quase um mês o cumprimento da reintegração de posse de um terreno na zona sul da Capital. Ocupada por cerca de 400 pessoas no dia 4 de julho, a área já teve desocupação decretada pela Justiça três vezes, mas o enrosco jurídico que impede a medida de sair do papel pode ter sido criado no começo da negociação.
Localizada na esquina das avenidas Cavalhada e João Salomoni, no bairro Cavalhada, a área foi dividida em lotes do tamanho necessário para a construção de uma casa. Líderes da Ocupação Iluminados por Deus, também chamada de Ocupação da Avipal, contabilizam 2 mil pessoas morando no local. A construtora Melnick Even, atual proprietária da área, acionou a Justiça no dia 10 do mês passado.
No centro da polêmica da chamada Ocupação Avipal está o déficit habitacional da Capital e a morosidade do poder público para reassentar pessoas retiradas de áreas utilizadas para obras de infraestrutura da cidade.
As cerca de 200 famílias que deram início à tomada do terreno saíram das margens do Arroio Cavalhada. São remanescentes das 1,7 mil famílias que, desde 2008, estão sendo removidas para a realização de obras do Programa Integrado Socioambiental (Pisa). Apesar de a verba federal para as moradias ter sido aprovada em 2009, o reassentamento até agora não saiu. O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) diz aguardar aprovação dos projetos pela Caixa Econômica Federal.